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Ace


Ace 17.12.08

(Excerto da entrevista, pedimos desculpa por qualquer informação incorrecta)

Nome: Ace
Idade: 35
Cidade: Gaia

“…já não pinto, portanto não posso dizer pinto a não sei quantos anos, mas eu acho que comecei a pintar por brincadeira ou para tentar imitar, nalgumas vezes até ipsis verbis aquilo que via de revistas que o meu pai me trazia de fora ou de filmes de break, portanto a minha introdução no movimento hip-hop foi com o breakdance (…) foi por volta do final dos anos 80.

Eu lembro-me que devia andar no segundo ano do ciclo, e quando regressava a casa da escola passava por um supermercado para roubar latas da Pluricolor que era a única coisa que havia, quer dizer, não havia nada de Montanas nem nada dessas tretas (…) e as minhas primeiras incursões, por estranho que pareça, ou não, foram á estação de comboio, a estação de comboio ali perto de casa, que era aquilo que eu via nos filmes não é? Eles pintavam todos no metro, e era a coisa mais aproximada que nós tínhamos aqui no Porto, eram as estações de comboio, portanto eu ia para as estações de comboios fazer riscos.

Eu tenho ideia de ter visto coisas anteriores a mim, ás minhas primeiras iniciativas de stencil, mas assim ligado á cena, eu e o Maze fomos os primeiros. Portanto fizemos em parceria e foi uma parceria de crew, SPD, (Serious Property Damages).

(perspectiva de quem vê a street art de fora)

Para quem vê, eu ainda não percebi muito bem qual é que é a perspectiva das pessoas que vêem. Mas eu tenho quase a certeza que a perspectiva da maior parte das pessoas tipo “vulgar”, transeunte na rua, e que vê os graffitis e que vê publicidade e que vê os stencils e que vê os autocolantes, eu acho que para eles um stencil é quase igual a um tag, a não ser que tenha uma imagem assim muito bonita ou assim uma coisa tipo florezinhas ou assim uma coisa mais artística, mais bonita, acho que a palavra é essa, se for uma coisa assim com muito texto ou assim uma mensagem forte que seja passada através de um texto acho que as pessoas olham para aquilo como um tag, como lixo visual que elas preferiam que não estivesse ali. (…) Mas a maior parte das pessoas que passam na rua são pessoas que estão a ir ou a vir dos seus empregos, preocupadas com as suas vidas e que na maior parte das vezes se calhar nem reparam naquilo que lá anda.

(mensagem a quem está a começar)

Tenho uma mensagem para quem está a começar que é: escolham paredes perto de casa e se possível as vossas próprias paredes antes de irem para a rua. Isto é uma coisa complicada, mas sei lá, escolham as traseiras de uma escola, um pavilhão de uma escola, assim uma coisa que não seja muito visível a toda a gente, porque o que dá mau nome ao graffiti acabam por ser as experiencias de quem esta a começar. Que faz como é óbvio, como eu próprio fiz, coisas assim um bocado feias, as pessoas não gostam de ver e portanto se possível pintem assim num sítio mais escondido, até saberem que vão partir e até saberem que vão fazer coisas interessantes. Não quer dizer que tenham que ser bonitas, mas que sejam interessantes!
Mas se vão fazer graffiti ou stencil, ou seja o que for, sejam interessantes, leiam uns livros, também é muito importante, informem-se."

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