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Pzt (Pozitivo)


Pzt 05.12.08

(Excerto da entrevista, pedimos desculpa por qualquer informação incorrecta)

Nome: Pzt
Idade: 27
Cidade: Porto

Os primeiros stencils que vi, geralmente eram frases e mensagens politicas, (…) mas nunca associei isso a um movimento artístico. Na altura não havia quase nada (…) Quem começou a utilizar o stencil mais numa vertente artística foi o Maze e o Klash, foram os dois aqui no Porto, ainda por cima lembro-me do Maze e do Klash terem os clássicos autocolantes de Londres dos correios que eram uns cor de laranja (…) Eu comecei por acaso com a questão dos stickers, quando o Bif veio da Holanda e trouxe papel de acetato, umas resmas de papel de acetato, que aquilo só servia para fazer moldes de stencil, e nós aproveitamos aquilo ao máximo (…) No graffiti estamos sempre um pouco presos á questão da letra, quando passei assim mais para os stickers, apesar das pessoas acharem que eu estava ali a fazer qualquer coisa, eu na verdade, muitos era só mais pela forma, não era muito pelo sentido. (…) Por norma fazia os em papel de acetato, cortava de x-acto, passava spray sobre o papel autocolante (…) a parte que me dava mais trabalho sem dúvida era recorta-los todos, porque eu tinha a mania de fazer muitos (…)
Ao colocar na rua exposto acho muito natural que facilmente, muitas pessoas se identifiquem e se torne uma imagem que elas associem a elas mesmas, ou seja, facilmente aquilo passa de uma obra minha para uma peça que está na rua e que é sentida por varias pessoas, não por todas, mas com certeza que há muitas que olham e que se identificam, que até se sentem como se fosse quase delas, porque passam ali todos os dias e olham para aquilo.”

(relativamente ao estado actual do graffiti no Porto)

O graffiti, para mim, está de luto, é como o hip-hop como se anda para ai a dizer (…) Porque antigamente éramos poucos mas havia uma camaradagem muito agradável, as pessoas conheciam se, e mesmo que não se conhecessem, havia um respeito, era um respeito sincero, não era uma questão de ter medo que houvesse confusões, nunca houve esse clima de confusão, ou seja sempre foi um movimento fraterno. As pessoas iam pintar juntas, não havia competição, especialmente a questão da competição, de querer ser mais, não havia nem sequer essa ideia no ar, era uma coisa que não existia, e actualmente o graffiti para mim é uma tragédia, parece que andam todos uns contra os outros, ou seja perdeu-se toda a questão artística, toda a questão de camaradagem, associando um pouco ao movimento do hip-hop, toda a filosofia da chamada velha escola perdeu-se por completo.”

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