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Caos / Naif / ±


Caos 06.12.08

(Excerto da entrevista, pedimos desculpa por qualquer informação incorrecta)

Nome: Caos
Idade: 27
Cidade: Porto

“O ± aparece num âmbito curricular, académico portanto, surge com um trabalho de design de comunicação e ligado a intervenção também, que era a minha questão essencial, intervir e fazer uma intervenção directa na rua. Então a minha ideia era criar algo que representasse o design de comunicação, a comunicação em geral como a bateria da sociedade, e que ao mesmo tempo a pusesse num patamar critico e irónico de questionamento, que as pessoas pudessem questionar e que fosse algo questionável. Portanto eu tentei procurar um símbolo que representasse isso, uma marca, porque uma marca seria o essencial. Hoje em dia as marcas são o representante mais alto de qualquer situação, uma identidade, uma ideia, o que quer que seja, portanto o mais e o menos surgiu como uma representação disso mesmo, por causa da ideia das pilhas, o mais e o menos energia, como anulação, que pretendia anular essa publicidade, pretendia anular-se a si próprio, era uma utopia o mais e o menos, ou seja o mais e o menos seria quase totalitarista se quisermos no que toca a comunicação, ou seja, a substituição de tudo aquilo que é comunicado. Portanto a ideia seria propagar o mais possível como um vírus, e foi isso que sucedeu.

(…)

Hoje em dia as pessoas saem muito mais á rua para se manifestarem e nem tudo nem todo o pessoal tem a ligação ao hip-hop que tem o pessoal do graffiti, e acho que o stencil é o ideal, qualquer pessoa pode pegar e fazer um stencil, é um método muito, não é mais fácil, mas mais á mão vá, para fazer intervenção na rua. Os manuais da C.I.A. tinham exemplos e não sei quê de como fazer stencils, e davam conselhos ao pessoal para sabotarem governos na altura democráticos, eleitos democraticamente que a C.I.A. queria derrubar. (…) É uma coisa para toda a gente, mesmo abrangente, não é como o graffiti aquele graffiti do hip-hop que é algo muito mais elitista, muito particular. O stencil quando aparece mais no século passado, é uma arma de manifestação muito gráfica, é algo muito poster, ou seja, é algo que está ao alcance de todos, é por isso que surge. O graffiti começa a ter poder na rua e as pessoas começam a sentir essa necessidade de fazer algo. O stencil também consegue e pode ser muito mais gráfico que o graffiti, o graffiti é muito mais plástico, tem outra dimensão estética, o stencil é um confronto muito mais directo com o publico da rua, seja em frases seja imagens é muito mais iconográfico do que o graffiti, e acho que é ai que o stencil ganha a sua força. (…) O stencil lá esta, tem essa abrangência até de percepção, para as pessoas em geral é muito mais fácil perceberem o que diz um stencil.

(…)

Se fores a ver o stencil está em tudo, os tipos que fazem a calçada fazem com stencil, eles têm as formas, aquelas cornucópias que eles usam nos passeios. Eles pousam as cornucópias sobre a areia e vão pondo as pedras brancas á volta daquilo, depois tiram e já sabem que ali é a pedra preta. Tudo tem stencil, os que fazem na rua aquelas calçadas com flores também usam stencil, os jardineiros usam stencil, toda a gente usa stencil para as mais variadas coisas, serigrafia é stencil, a impressão praticamente é stencil em geral, o stencil é a base da impressão.”

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